A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tam pouco a sociedade muda" Paulo Freire "

sexta-feira, 15 de abril de 2011

MÓDULO 5 - MEMORIAL DO FILME “O CONTADOR DE HISTÓRIAS”. AULA DO DIA 09/04/2011

    Nesta aula, nossa turma uniu-se a turma da tutora Amélia para assistirmos o Filme “O Contador de Histórias”, um filme na minha opnião, bem forte e chocante o modo com que Roberto é tratado pela vida.
      Duas partes que  me impressionaram bastante, até mesmo pelo fato de ser mãe e trabalhar com crianças da mesma faixa etária de Roberto.
      A primeira foi quando a mãe o deixa na Instituição, e ele chora pedindo por ela, mal sabendo que seria seu destino ficar  ali.
      A segunda foi quando Roberto foi abusado sexualmente por seus colegas, e tem vontade de morrer, e até procura pela morte, porém não era sua hora. Ver todo o sofrimento e saber que não tinha ninguém por ele, ninguém da família para socorre-lo.
      Então teve que se apegar aos simples gestos de educação que Margherit teve com ele, alguém que lhe deu um pouquinho de atenção, o fez lembrar que poderia ser salvo, ou seja, não foi nenhum amor profundo, até então, nenhum laço nem mesmo de carinho que o fez procurá-la e sim, uma simples pessoa que lhe tratou um pouco melhor do que era acostumado a ser tratado diariamente.
      Estava tão carente que qualquer ato um pouquinho melhor do que costumava receber lhe servia, naquele momento se contentava com o mínimo que as pessoas podem ter umas pelas outras que é o respeito, o que deveria ser cotidiano, tornou o diferencial para sua sobrevivência.
Histórias como a de Roberto são difíceis ter o desfecho que teve, são raríssimos os casos que tem a oportunidade que ele teve e do modo como foi tratado pela Educadora, prova disto é a reportagem de 15/04/2011 do site www.g1.com.br, acesse o link (ou copie e cole na barra): http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2011/04/unica-adolescente-da-fundacao-casa-fazer-faculdade-esconde-condicao.html

Segue relatório:

      Nos anos 70 em Minas Gerais, um garoto de seis anos chamado Roberto, morador de uma favela em Belo Horizonte, foi “escolhido” pela mãe, dentre os 9 irmãos para frequentar uma instituição (FEBEM), que o formaria para grandes profissões, como médico, engenheiro, advogado, etc, conforme prometido em propaganda na TV.
     No dia da matrícula Roberto imaginou que seria uma coisa muito boa, uma vez que foi o único escolhido dentre os irmãos para a oportunidade.
     A realidade se reveloum bem diferente para o menino, que até então, apesar de toda dificuldade e precariedade era criado por sua família.
     Já dentro da FEBEM, teve muita dificuldade  em ser alfabetizado, aprendeu as leis da sobrevivência da instituição: sendo avaliado por psicólogas, logo as profissionais perceberam que o menino não rendia o esperado para sua idade escolar, então para amenizar a situação, ofereciam-lhe um biscoito, ou seja na cabecinha dele um problema de aprendizado rendia um biscoito, falar palavrão lhe rendia um pouco de respeito e moral com os colegas, fingir doença, uma porção a mais de comida, e assim por diante.
     Na adolescência, Roberto muda de grupo, onde as leis são ainda mais duras, e incluem violência,castigos e uma desilução total de mudança de vida.
     Roberto e alguns internos logo descobrem o caminho de fuga para as ruas, conhecem as drogas e os pequenos delitos. Em busca de segurança, Roberto tenta associar-se a um grupo ainda mais violento, onde para participar do grupo era necessário passar por vários testes, inclusive sofrer abuso sexual, pelos próprios integrantes do grupo.
     Aos 13 anos, ainda analfabeto, depois de  muitas tentativas de fuga e sempre retornando a Instituição, Roberto se considera irrecuperável.
     Uma pedagoga francesa chamada Margherit, visita a instituição para realizar uma pesquisa para faculdade, aproxima-se de Roberto, sempre com muita educação, ao contrário dele, que muitas vezes é arredio, porém gostava do modo como era tratado por ela.
     Margherit apesar de decepcionar-se algumas vezes durante sua pesquisa com Roberto, não desiste, e com muito custo e esforço o alfabetiza, lhe dá atenção e carinho, o que sempre lhe faltou, então ele encontra nela, uma esperança, uma luz no fim do túnel.
     Ela não o abandona, mesmo quando conclui seu trabalho e tem que voltar para a França. Leva-o consigo e mesmo sendo só os dois, cria laços e lhe dá toda uma  estrutura física, emocional e financeira que a família biológica não teve condições de oferecer.
Torna-o Professor Pedagogo, e depois de formado Roberto resolve voltar ao Brasil, para rever sua mãe e trabalhar.
     Hoje Roberto é considerado um dos melhores contadores de história do mundo. Por coincidência ou ironia do destino voltou à instituição em que cresceu, mas como professor.
     E já adotou mais de 20 meninos de rua, muitos, de início, ‘irrecuperáveis’, como ele foi. 

Um comentário: